segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Ser humano...

Ainda indignada com os últimos acontecimentos, decidi postar hoje alguns pensamentos que passaram - e ainda passam - pela minha cabeça.
Há tanto por lutar, há tanto o que fazer e, em pleno 2015, estamos discutindo qual tragédia é a mais importante. Oi? Não entendi...
Quer dizer que as pessoas não podem se sensibilizar por aqueles que não tiveram condições de se defender? Por aqueles que morreram enquanto se divertiam? Por aqueles que foram sufocados pela lama? Por aqueles que foram assassinados? Por aqueles que passam fome?
É uni duni tê? Devo escolher a mais próxima porque, por obrigação, moro no Brasil? Tragédia é tragédia, minha gente! Uma das coisas mais tristes é o ser - que se diz - humano relativizar a tragédia.
Quanta insensibilidade...
Estou com meu coração apertado... e como pessoa, profissional, ser humano ou seja lá o que for, tenho, pelo menos a obrigação de orar por essas pessoas que não tiveram chance de se defender, pelas famílias que perderam seus entes amados, pelas pessoas que sofrem todos os dias, pelos que morrem de fome, pelos que morrem em hospitais sem sequer serem atendidos...
As tragédias provocadas pela natureza são inevitáveis e doem tanto quanto qualquer outra tragédia. Mas aquelas provocadas pela ação inescrupulosa do homem, são as feridas que mais sangram, as mais doloridas e as inesquecíveis porque são calculadas, programadas e executadas por loucos fanáticos e intolerantes.
O princípio de qualquer relacionamento é o respeito. Posso não ter a mesma cor de pele ou seguir a mesma religião, mas respeitar a fé, o estilo de vida ou opinião alheia é, no mínimo, princípio explicado e comentado em qualquer civilização, em qualquer livro, em qualquer sociedade, em qualquer família, em qualquer escola, em qualquer religião...
E por mais descrente ou sensibilizada que eu esteja, ainda acredito que a humanidade tem jeito. Pois para cada gesto irracional, tem um francês abrindo os braços para consolar um estranho, um brasileiro se afundando na lama para salvar um cachorrinho, um americano prostrado em orações, um africano alimentando outra família, um pai ensinando seu filho a respeitar seu semelhante, um aluno apoiando seu professor numa manifestação, um policial abraçando uma vítima da violência, um vizinho acolhendo um desabrigado...
Portanto,

"Não desanimes. Persiste mais um tanto. Não cultives pessimismo. Centraliza-te no bem a fazer. Esquece as sugestões do medo destrutivo. Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros. Avança ainda que seja por entre lágrimas. Trabalha constantemente. Edifica sempre.
Não consinta que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones nas dificuldades.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia-a-dia. Não desistas da paciência. Não creias em realizações sem esforço. Silêncio para a injúria. Olvido para o mal. Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes. Não permita que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apague a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho, reajusta a própria visão e procura o rumo certo. Não contes vantagens nem fracassos. Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para quem se te faz a luz na vida íntima. Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar. Age auxiliado. Serve sem apego. E assim vencerás"
texto de Emmanuel (mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, do livro "Astronautas do além")




 
   

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Está tudo errado!

Eu não tenho palavras para comentar o POUCO que tenho visto com as pessoas que estão fugindo de seus países para viver em um lugar melhor. Quando eu digo pouco é porque nós, brasileiros, não temos a mínima ideia do que realmente está acontecendo no mundo.
Essa história se repete e, mesmo assim, somos e estamos incapazes de acabar com esse sofrimento.
O mínimo que todos poderiam fazer é abrigar uma família. Se não podemos, que nossos países e governantes o façam. Isso é ser HUMANO. Deveríamos proteger as pessoas e não as fronteiras.
O que me preocupa e todas as vezes que vejo, choro copiosamente, é o sofrimento das crianças. Eu imagino o que será dessas pessoinhas. Qual o futuro delas? O que esperar do ser humano?
A Europa reage com desconforto e desconfiança. Mas, se fecharmos as portas, qual futuro essas crianças terão? Qual futuro terá a humanidade?
Não estou defendendo que a Europa seja obrigada a receber milhões de imigrantes por ser o berço e a locomotiva da civilização. Mas acolhê-los num momento de desespero e de esperança no futuro é o mínimo que se pede de um país civilizado, mesmo em crise econômica. Após acolhê-los, encaminhe-os a lugares que possam oferecer uma vida digna para que essas famílias encontrem um lar, um trabalho, sua dignidade e que possam fazer desse lugar o seu país.
Há anos as pessoas morrem enquanto tentam atravessar o Mediterrâneo para alcançar a Europa. Há anos as pessoas fogem da guerra, da xenofobia. Morrem no mar, nas cercas de fronteira, morrem nas montanhas congelantes... Apesar de muitos europeus ajudarem, ainda é pouco. Tenho a impressão de que não estão cientes da catástrofe que está ocorrendo há anos e que nos dias de hoje nos mostram cenas horripilantes, indescritíveis.
A humanidade está se tornando cúmplice de um dos maiores crimes contra a humanidade no pós-Guerra.
Estamos começando a achar que tudo isso é corriqueiro. E, sinceramente, para mim, está tudo errado. A humanidade está errada e seguindo um caminho tortuoso, cruel. Vemos nossos índios sendo ameaçados e retirados de suas terras desde a época da colonização. Pessoas morrendo de fome, sem água e sem esgoto no Brasil. Esse horror não acontece longe de nossos olhos. Acontece todos os dias debaixo de nosso nariz. E nada fazemos. Nem ao menos nos indignamos. Apenas observamos.
Mas apesar disso, li um post no Facebook uma frase atribuída a Bezerra de Menezes, dizendo que estamos vivendo um momento sombrio na Terra. Mas, que apesar de toda a tristeza e comoção, devemos saber que Jesus Cristo está na direção deste planeta. Leia abaixo,

"Não te deixes envolver pelo pessimismo. Continua servindo e abençoando a vida. O bem triunfa sempre. A pouco e pouco, o homem ergue-se das sombras para a luz. Não cedas às sugestões da descrença. A dor desperta as consciências adormecidas. Ora e confia no futuro. Por mais que se alteiem as labaredas do ódio, o amor é chama divina a dissipar o mal. Lembra-te que o Senhor permanece velando". (Bezerra de Menezes, livro: Tende bom ânimo - Francisco Cândido Xavier)

E talvez seja por esse texto simples que eu AINDA creia na capacidade de superação do ser humano. Afinal, é surpreendente o que cada um pode fazer para superar obstáculos. E são admiráveis as pessoas que não desistem de seus sonhos e seguem em frente.
Para finalizar, descrevo a situação dessas pessoas da mesma forma que Nelson Mandela fez: "Depois de escalar uma grande montanha se descobre que existem muitas outras montanhas para escalar".
Para milhões de refugiados, esse é só o começo...



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Speechless

Hoje fiquei sem fala.
Na hora, não sabia o que fazer. Apenas indignei-me. Pus-me a questionar todas as minhas decisões, mesmo as mais acertadas.
Foram horas e horas de raiva. Um certo ponto me perguntei: será inveja?
Não. Definitivamente não foi inveja. Foi um misto de raiva e indignação e injustiça.
Explico: para me manter, tenho dado aulas de Inglês. Não consigo emprego na área de Jornalismo. Eu quero sair da minha cidade para uma maior, com mais oportunidades. Mas os caminhos estão fechados. Então, para pagar todas as minhas contas (prestação do apartamento, condomínio, cartão de crédito, etc), dou aulas de inglês em três escolas e nos horários vagos, aulas particulares. E tenho ido às aulas à pé para economizar, carregando livros debaixo de sol.
A injustiça: tenho guardado um pouquinho (leia-se BEM POUQUINHO mesmo) do meu salário para comprar um carro. Tenho paquerado os veículos nas concessionárias já há um ano. Até agora não consegui comprar nem mesmo uma bicicleta. E, hoje, eis que vejo o meu ex-noivo com um puta carro zerinho.
Justo essa pessoa que me roubou, me enganou, mentiu e era a ÚLTIMA pessoa no mundo que deveria receber algum benefício da vida, está andando por aí todo belo (mentira) e formoso, em seu carango novinho em folha.
Juro que não é inveja. Acho muito injusto.
Mas enfim, ele deve ter merecido.
A raiva até já passou, mas ainda estou sem palavras para descrever a raiva que senti de mim e de minhas escolhas. E ele foi uma delas, infelizmente.


sábado, 2 de maio de 2015

Livrai-me

As velas extras no bolo de aniversário, as linhas finas que salpicam no rosto, o cansaço e as mudanças na rotina e no ânimo...envelhecer não é bom. Como digo sempre, envelhecer dói. Por outro lado, traz sabedoria e benefícios.
Confesso que no dia, 3 de abril, as velas não me assustaram. O susto veio quando me olhei no espelho dias depois. Meu Deus do Céu!, gritei! Quanto cabelo branco nascendo!
Imediatamente pensei: quando comecei a envelhecer? Não tinha percebido que a idade havia chegado tão rápido.
Quando penso em envelhecer, temo pelo futuro. Não por apenas parecer outra pessoa no espelho, mas temo por perder a  independência e ficar só. Isso sim me assusta.
Aos 40 anos ganhei liberdade. Eu não tenho que provar nada para ninguém além de mim mesma. Não preciso mais agradar ninguém. O problema é que nasci sem filtro e lutei a vida inteira para maneirar. Mas agora... Se quiser ficar ao meu lado, aceite-me do jeito que sou. Seja família, amigos, amores.
Atitude. Essa é a palavra. Difícil de manter, porém. Laura Carstensen, diretora do Centro de Longevidade de Stanford, afirma que no século 20 nós adicionamos um número sem precedentes de anos para a nossa expectativa de vida. Ao questionarmos se a qualidade de vida é boa, condizente com a atualidade, Laura responde que sim! Em uma palestra no TEDxWomen a psicóloga demonstra que assim que as pessoas envelhecem, tornam-se mais felizes, com mais sabedoria e adquirem uma visão mais positiva sobre o mundo.
Viver é difícil já que não vem com manual de instruções e, na maior parte do tempo, temos que adivinhar sempre. Adivinhar o que é melhor para você, para a sua carreira, para a sua vida amorosa, para a sua família... Pensar em tudo isso me fez pirar.
Agora aos 40 anos, me permito mais. Me permito dizer não, sem culpa. Me permito aceitar apenas o que me faz bem. Não vou mais me entristecer por coisas ou pessoas pequenas. Rezo e peço a Deus que minhas atitudes sejam sempre de paz e harmonia com o universo. O resto é presente. Quem estiver ao meu lado é dádiva do universo.
Não choro mais pelas amizades e amores perdidos. Choro apenas por aqueles que se foram e não pude fazer nada para impedir (meu pai Luís, meus avós Anna e Abimael, e meus sobrinhos Enzo e Lívia)
Afinal, como disse Maya Angelou (um dos meus ídolos) "nunca faça de alguém sua prioridade quando tudo o que você é para essa pessoa é apenas uma opção".



domingo, 1 de março de 2015

15 anos de gratidão

Posse dos membros do E-Club Tropeiros Distrito 4620


Quinze anos se passaram e ainda me lembro de todos os detalhes antes, durante e após minha viagem ao Canadá em 2000-2001.
Fui a primeira itapetiningana a ser selecionada no programa de bolsas culturais oferecido pela Fundação Rotária. Foi pelas mãos do então rotariano Guto que entrei em contato com o Rotary Club. Nessa época, trabalhava no Jornal Cidade de Itapetininga e o Guto pediu para que eu publicasse uma matéria para convidar os jovens a participar da seleção. Eu fui um desses jovens do Distrito 4620. A entrevista com os Rotarianos foi realizada em Ourinhos, em um domingo ensolarado. Guto me deu a notícia já na segunda-feira. Lembro até hoje: "Patrícia, você tem passaporte? Então, é melhor você tirar logo o seu porque você foi escolhida".
Quase enfartei! Realmente não acreditava que eu me destacaria diante de tantos jovens (acho que foram um 80 inscritos naquele dia).
O processo para receber as instruções e me adequar às expectativas do RC foi intenso. Quase cheguei a desistir, pois em Itapetininga, ninguém sabia como eram os passos para selecionar e instruir os bolsistas.
Nesse início de caminhada, um Rotariano que agradeço a dedicação e o desempenho em me mandar para o Canadá foi o querido e saudoso Laureano. Durante meses, nós dois quebramos nossas cabeças e queimamos nossos cérebros para entender o processo e realizar todas as tarefas para que minha viagem ao Canadá fosse perfeita. Lembro de todas as reuniões que tivemos em sua casa. E de todos os conselhos e carinho.
No Canadá, vivi 6 meses na companhia de pessoas maravilhosas, que me acolheram e me mostraram um outro mundo. Agradeço de coração aos Di Febo que me aceitaram imediatamente como um membro da família. Nós rimos, choramos e crescemos juntos.
Conheci Rotary Clubes e Rotarianos interessados em nossa cultura e nossa vida. Mr. Telfer me acompanhou por um caminho que incluiu conhecimento, cultura, companheirismo e ampliou minha rede de contatos.
Retornei ao Brasil disposta a agradecer todas as oportunidades que recebi antes, durante e depois da minha viagem. Pode ter sido apenas uma, mas me proporcionou uma visão de mundo que jamais podia imaginar ter. Me proporcionou não apenas estudar a história, mas vivenciá-la de maneira intensa e enriquecedora.
E finalmente, no dia 28 de fevereiro de 2015, pude receber das mãos de Rotarianos engajados a missão de fazer do E-Club Tropeiros, um clube repleto de projetos e vivência no servir. Posso dividir com meus companheiros as minhas expectativas e meus sonhos de ajudar a melhorar cada dia um pouquinho o bairro, a cidade, o estado, o país, o mundo. É por meio do agir local, que nós Rotarianos, podemos e vamos mudar o mundo. Seremos desafiados a encontrar em nós mesmos os líderes que causarão mudanças positivas no trabalho, na comunidade, nos círculos de amizade, enfim, por onde atuamos e passamos.
Portanto, agradecer a confiança é pouco. Quero mostrar que a missão que recebi terá frutos. Quero lembrar daqui outros 15 anos todas as ações que causaram impacto em outras pessoas e perceber que a engrenagem continua a girar e a colaborar com a paz e o conhecimento, com o companheirismo e com a missão de Dar de Si Antes de Pensar em Si.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Calma na alma


O período que não escrevo é a treva. Uma vida escura, sem som, sem cores, sem imagens.
Tudo o que vejo e percebo durante os meus dias é assunto para este blog. Entretanto, não tenho dado valor à escrita.
Ultimamente, tenho apreciado viver entre histórias e enredos. Prefiro a companhia de livros do que de pessoas.
Também não tenho tido paciência para medir as palavras. Ou me abro por inteira para os meus relacionamentos (todos!) ou não me entrego. Tenho preguiça de ficar implorando por atenção. E, se não tenho nada de interessante a acrescentar, prefiro ficar quieta, apenas observando. And by observing... percebo como as pessoas estão se mantendo distantes, frias, rudes, egoístas em suas relações.
Não sou o exemplo da paz personificada. Tampouco um símbolo da paz interior. Mas, juro, tenho tentado há alguns anos melhorar meu comportamento. E quanto mais me esforço, menos frutos tenho colhido. Será que estou errando? Ou são as pessoas que não estão colaborando?
O problema é que minha alma tem pressa. Não descansa, não dá trégua, não relaxa. E minha ansiedade...ah, minha ansiedade quase me mata.
Em resumo, não há o que fazer. Tento me policiar e conto com a compreensão de todos. Aqueles que me acham amarga, grosseira, negativa, não precisam se dar ao trabalho de me entender. Vocês não são obrigados. Quem gosta de mim, me aceita como sou (com minha bipolaridade não diagnosticada), peço encarecidamente que me perdoe antes mesmo de magoá-los, se é que um dia o fiz intencionalmente. À esses queridos, obrigada por tolerar minha ansiedade, compreender minhas loucuras e ter me amado com todos os meus defeitos, acreditando que tenho qualidades.