segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Está tudo errado!

Eu não tenho palavras para comentar o POUCO que tenho visto com as pessoas que estão fugindo de seus países para viver em um lugar melhor. Quando eu digo pouco é porque nós, brasileiros, não temos a mínima ideia do que realmente está acontecendo no mundo.
Essa história se repete e, mesmo assim, somos e estamos incapazes de acabar com esse sofrimento.
O mínimo que todos poderiam fazer é abrigar uma família. Se não podemos, que nossos países e governantes o façam. Isso é ser HUMANO. Deveríamos proteger as pessoas e não as fronteiras.
O que me preocupa e todas as vezes que vejo, choro copiosamente, é o sofrimento das crianças. Eu imagino o que será dessas pessoinhas. Qual o futuro delas? O que esperar do ser humano?
A Europa reage com desconforto e desconfiança. Mas, se fecharmos as portas, qual futuro essas crianças terão? Qual futuro terá a humanidade?
Não estou defendendo que a Europa seja obrigada a receber milhões de imigrantes por ser o berço e a locomotiva da civilização. Mas acolhê-los num momento de desespero e de esperança no futuro é o mínimo que se pede de um país civilizado, mesmo em crise econômica. Após acolhê-los, encaminhe-os a lugares que possam oferecer uma vida digna para que essas famílias encontrem um lar, um trabalho, sua dignidade e que possam fazer desse lugar o seu país.
Há anos as pessoas morrem enquanto tentam atravessar o Mediterrâneo para alcançar a Europa. Há anos as pessoas fogem da guerra, da xenofobia. Morrem no mar, nas cercas de fronteira, morrem nas montanhas congelantes... Apesar de muitos europeus ajudarem, ainda é pouco. Tenho a impressão de que não estão cientes da catástrofe que está ocorrendo há anos e que nos dias de hoje nos mostram cenas horripilantes, indescritíveis.
A humanidade está se tornando cúmplice de um dos maiores crimes contra a humanidade no pós-Guerra.
Estamos começando a achar que tudo isso é corriqueiro. E, sinceramente, para mim, está tudo errado. A humanidade está errada e seguindo um caminho tortuoso, cruel. Vemos nossos índios sendo ameaçados e retirados de suas terras desde a época da colonização. Pessoas morrendo de fome, sem água e sem esgoto no Brasil. Esse horror não acontece longe de nossos olhos. Acontece todos os dias debaixo de nosso nariz. E nada fazemos. Nem ao menos nos indignamos. Apenas observamos.
Mas apesar disso, li um post no Facebook uma frase atribuída a Bezerra de Menezes, dizendo que estamos vivendo um momento sombrio na Terra. Mas, que apesar de toda a tristeza e comoção, devemos saber que Jesus Cristo está na direção deste planeta. Leia abaixo,

"Não te deixes envolver pelo pessimismo. Continua servindo e abençoando a vida. O bem triunfa sempre. A pouco e pouco, o homem ergue-se das sombras para a luz. Não cedas às sugestões da descrença. A dor desperta as consciências adormecidas. Ora e confia no futuro. Por mais que se alteiem as labaredas do ódio, o amor é chama divina a dissipar o mal. Lembra-te que o Senhor permanece velando". (Bezerra de Menezes, livro: Tende bom ânimo - Francisco Cândido Xavier)

E talvez seja por esse texto simples que eu AINDA creia na capacidade de superação do ser humano. Afinal, é surpreendente o que cada um pode fazer para superar obstáculos. E são admiráveis as pessoas que não desistem de seus sonhos e seguem em frente.
Para finalizar, descrevo a situação dessas pessoas da mesma forma que Nelson Mandela fez: "Depois de escalar uma grande montanha se descobre que existem muitas outras montanhas para escalar".
Para milhões de refugiados, esse é só o começo...



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Speechless

Hoje fiquei sem fala.
Na hora, não sabia o que fazer. Apenas indignei-me. Pus-me a questionar todas as minhas decisões, mesmo as mais acertadas.
Foram horas e horas de raiva. Um certo ponto me perguntei: será inveja?
Não. Definitivamente não foi inveja. Foi um misto de raiva e indignação e injustiça.
Explico: para me manter, tenho dado aulas de Inglês. Não consigo emprego na área de Jornalismo. Eu quero sair da minha cidade para uma maior, com mais oportunidades. Mas os caminhos estão fechados. Então, para pagar todas as minhas contas (prestação do apartamento, condomínio, cartão de crédito, etc), dou aulas de inglês em três escolas e nos horários vagos, aulas particulares. E tenho ido às aulas à pé para economizar, carregando livros debaixo de sol.
A injustiça: tenho guardado um pouquinho (leia-se BEM POUQUINHO mesmo) do meu salário para comprar um carro. Tenho paquerado os veículos nas concessionárias já há um ano. Até agora não consegui comprar nem mesmo uma bicicleta. E, hoje, eis que vejo o meu ex-noivo com um puta carro zerinho.
Justo essa pessoa que me roubou, me enganou, mentiu e era a ÚLTIMA pessoa no mundo que deveria receber algum benefício da vida, está andando por aí todo belo (mentira) e formoso, em seu carango novinho em folha.
Juro que não é inveja. Acho muito injusto.
Mas enfim, ele deve ter merecido.
A raiva até já passou, mas ainda estou sem palavras para descrever a raiva que senti de mim e de minhas escolhas. E ele foi uma delas, infelizmente.