quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Feliz aniversário pai!

"Pai, pode ser que daí você sinta, qualquer coisa entre esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...
Pai, pode crer, eu to bem eu vou indo, tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer" (Fábio Jr)

Não consigo ouvir essa música. No primeiro estrofe eu choro feito um bebê. É porque lembro do meu pai.
Hoje ele faria 63 anos.
Se ele tivesse se cuidado, se tivesse parado de fumar, ele estaria vivo e nossa vida seria diferente. Ele faleceu aos 48 anos...
Talvez eu tivesse a oportunidade de ter meu pai como um amigo, confidente. Como adolescente, não conseguia entender meu pai e a paixão dele por cavalos e muito menos por música sertaneja.
Eu me irritava quando ele reunia seus amigos em casa para tocar essas músicas. Meu pai tem uma família musical, com músicos e maestros. Ele tocava violão e acordeon. Já eu, não toco nada, nem minha vida...
Meu pai sofreu muito, não tinha muita sorte com empregos, assim como eu. Eu me lembro de uma passagem quando eu tinha uns cinco anos: ele nos levou ao parque e lá, eu pedi um saquinho de pipoca. Meu pai não tinha dinheiro e não comprou. Voltamos pra casa, debaixo de chuva. Em casa, ele chorou por ter perdido o emprego e não ser capaz de prover.
Nunca apanhei de meu pai. Levei algumas chineladas da minha mãe, mas isso nunca me traumatizou. Eu era sapeca, mas sempre obedeci meus pais. Meu pai dizia que violência nunca educa.
Nunca fui muito companheira do meu pai, nem da minha mãe. Estava sempre estudando, jogando vôlei, ouvindo música. Desde pequena sempre fui muito independente.
Dois momentos marcantes de minha adolescência foram quando eu entrei pro time de vôlei da cidade. Meu pai adorava esportes e me incentivou muito. E outro quando passei no vestibular. Ele disse à minha mãe: "eu não tive oportunidade de estudar, mas quero que minha filha tenha. E quero que todas estudem e sejam felizes em suas profissões".
E cá, estou pai. Estou tentando ainda. Estou vivendo, estou pedindo: se puder, mesmo aí do céu, dá uma ajudinha...
Feliz aniversário!
Saudade absurda...

Um comentário:

L.U.V.I disse...

Ai nega, acabei de ler o post chorando!!! Família é complicadamente deliciosa. Conforme o tempo passa, temos as lembranças boas, mas sempre temperadas com a saudade e a culpa das nossas atitudes tão juvenis. Não se culpe,sempre fazemos o nosso melhor. LOV.U