segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pedindo o divórcio

Eu convivo com uma senhora de 100 anos, irritante, chata, rabugenta, que me atormenta noite e dia. Ela chama-se Dona Ansiedade e faz questão de me deixar louca.

Essa velha inútil me atormenta em todas as decisões, sejam elas tomadas ou a tomar. Minha saúde e minha sanidade mental dependem de suas ações. Se ela está mais calminha, minha semana transcorre sem problemas, consigo me ater em coisas mais importantes e tocar minha vida pra frente. Se ela está atacada, meu deus, me socorre porque eu fico impossível; tenho vontade de me jogar debaixo da primeira Mercedes que aparece! Sim, se for morrer de ansiedade, que seja com dignidade!

Ela me faz carregar o peso do mundo nas costas e, sinceramente, já estou cansada disso. Minha paciência já está se esgotando e as miraculosas gotas de homeopatia já não me fazem efeito. Sinto que estou parada no tempo e no espaço, perdida neste fim de mundo, vendo minha vida passar pela janela.

Estou cansando de carregar malas pra lá e pra cá. Cansei de ser nômade. Quero um lar pra receber amigos e amores, um emprego pra torrar a grana em roupas, sapatos e bolsas, um namorado pra chamar de meu nêgo... Quero ser feliz porque não estou feliz no momento.

Sinto-me carregando os grilhões dessa velha conhecida que insiste em me ver infeliz, arrasada. Não, Dona Ansiedade, não estou na TPM. Estou apenas desabafando e afirmando que viver com você me sufoca. Portanto, se tiver um pingo de dignidade, por favor, deixe este corpo que não lhe pertence. Vá, deixe a chave para a porta da minha alma aqui nesta mesinha e não volte. Esqueça que eu existo, para nosso bem. Nossa relação sempre foi tumultuada mesmo. Aceite que é o fim. Estou me divorciando de você.

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