segunda-feira, 13 de junho de 2011

Inexplicavelmente

Percebi como tudo no inverno é mais intenso, mais difícil, mais dolorido, mais dramático, mais triste. É tudo over!

O inverno, que por sinal, ainda nem começou me faz ser uma pessoa insuportável. Eu não consigo conviver comigo. Me sinto triste, cinza, fria. Ah, Deus como é difícil enfrentar o inverno by myself...

No inverno, o tempo passa mais devagar. Tudo incomoda. Eu fico sem ritmo, descompassada. Quero tudo e quero nada ao mesmo tempo. A distância incomoda. Os sorrisos são forçados.

Nessa época, sinto saudades de tudo e de todos. As memórias pipocam o tempo todo na minha mente. Sinto falta dos amigos que nunca mais vi e da época que tudo era maius fácil ao lado deles. Sinto saudades de um futuro que imagino mas que tenho certeza que não será como eu gostaria. Sinto imensa saudades daquele aperto no peito ao lembrar de alguém que conheci e daquele frenesi de saber que alguém vai chegar...

Sinto saudades do meu primeiro amor, do segundo, do terceiro e do último e, inexplicavelmente, daqueles que ainda terei...

As saudades que tenho são também, acredito eu, de uma vida já vivida, pois carrego na alma uma ânsia de fazer, uma ânsia de ser, uma ânsia de amar e sou incapaz de dizer de onde ela vem.

"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos", dizia Shakespeare. Saudades é um sofrer constante. E aumenta conforme o frio chega. Repentina, na madrugada, me pego sonhando com algo ou alguém que não sei. Será que ela se manifesta mesmo minha alma tendo se recolhido? Não tenho descanso nem mesmo ao dormir?

Durante os meus dias, procuro me ocupar de coisas novas, diferentes, inusitadas. Procuro conhecer pessoas. Procuro por algo que não sei direito o que é. Algumas coisas me preenchem, outras eu passo, ignoro. Mas tudo isso só faz aumentar as saudades porque é muito pouco! E, parafraseando Charles Baudelaire, para mim, aos olhos da saudade como o mundo é pequeno!!

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