quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Speechless

Hoje fiquei sem fala.
Na hora, não sabia o que fazer. Apenas indignei-me. Pus-me a questionar todas as minhas decisões, mesmo as mais acertadas.
Foram horas e horas de raiva. Um certo ponto me perguntei: será inveja?
Não. Definitivamente não foi inveja. Foi um misto de raiva e indignação e injustiça.
Explico: para me manter, tenho dado aulas de Inglês. Não consigo emprego na área de Jornalismo. Eu quero sair da minha cidade para uma maior, com mais oportunidades. Mas os caminhos estão fechados. Então, para pagar todas as minhas contas (prestação do apartamento, condomínio, cartão de crédito, etc), dou aulas de inglês em três escolas e nos horários vagos, aulas particulares. E tenho ido às aulas à pé para economizar, carregando livros debaixo de sol.
A injustiça: tenho guardado um pouquinho (leia-se BEM POUQUINHO mesmo) do meu salário para comprar um carro. Tenho paquerado os veículos nas concessionárias já há um ano. Até agora não consegui comprar nem mesmo uma bicicleta. E, hoje, eis que vejo o meu ex-noivo com um puta carro zerinho.
Justo essa pessoa que me roubou, me enganou, mentiu e era a ÚLTIMA pessoa no mundo que deveria receber algum benefício da vida, está andando por aí todo belo (mentira) e formoso, em seu carango novinho em folha.
Juro que não é inveja. Acho muito injusto.
Mas enfim, ele deve ter merecido.
A raiva até já passou, mas ainda estou sem palavras para descrever a raiva que senti de mim e de minhas escolhas. E ele foi uma delas, infelizmente.


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