terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Fiz merda!!! Fiz merda????

Aaah, o que se faz quando não temos um lar...
Me sinto uma retirante. Uma pessoa sem casa, sem armários, sem cama... desprovida de objetos e privacidade.
Outro dia, tinha um lar (enoooooooooorme), mas não tinha emprego. Agora tenho o emprego da minha vida e não tenho um teto.
Não estou reclamando. Graças a Deus eu tenho emprego. Graças a Deus eu tenho onde ficar nesta cidade. Comida, cama, banho. Mas eu sinto quando estou atrapalhando. E sinceramente, trabalhar à tarde até de madrugada não me ajuda muito. O sono está mega atrasado, pois meu corpo precisa de tempo para se adaptar. Já me acostumei com o horário. É só para os fortes! Mas às vezes eu fico cansada, com sono atrasado e, de manhã, fica muito difícil de fazer uma horinha na cama, principalmente, quando o quarto não é seu...
Outro dia cheguei em casa às 7:15 da matina.... um prego! Passei a pior noite da minha vida no trampo e quando cheguei, apesar da cama estar arrumada e me chamando, preferi ficar na sala para não atrapalhar o esquema da casa.
E, para quem está pensando que tipo de trabalho é esse que passo a madrugada em claro e chego em casa às sete da manhã, já vou avisando: não sou dançarina de "boatchi" e muito menos puta de bordel ou de esquina. Sou repórter e meu horário é a partir das 15 horas, até a última matéria chegar. Ou até minha chefe me mandar pra casa...
Outra coisa que sempre fiz foi dar um up no visual, especialmente o cabelo. Em meu apê, tinha todo o tempo do mundo para arrumá-lo, secá-lo e até passar uma chapinha pra fazer estilão. Mas agora, o simples fato de secar a cabeleira incomoda. Me incomodava, porque agora Sansão perdeu a força! Morando com outras pessoas, você faz de tudo para não atrapalhar e mesmo assim, uma hora ou outra, você atrapalha o tal esquema. No meu caso, é o aumento de energia elétrica. Em casa, tudo bem, porque eu pagava a conta (os defensores do meio ambiente, me perdoem, mas esta é a única coisa que eu não consigo ficar sem!). Na casa da minha mãe, a coitada já está acostumada com o uso de secadores e aparelhos, coitada, afinal é a casa das quatro mulheres. Mas na casa de outrém, a coisa pega. Mesmo que seja da família. Aí você fica pensando nas inúmeras vezes que eles foram te visitar, nunca pediram para usar aparelhos, foram sempre comedidos e nunca atrapalharam.
A partir desse momento, você sente uma culpa que te come por dentro. E pronto: a loucura está feita. Você vai até o primeiro cabeleireiro e pede um corte um pouco (eu disse: um pouco) curto para evitar o uso frequente de secador. E daí, quando você se olha no espelho, se pergunta: que merda eu fiz???? Pensa num ressarcimento, mas é tarde... e muito menos tenho dinheiro para fazer uma extensão capilar....
E apesar das pessoas dizerem: "ficou ótimo!" "curto é bom, não precisa de muitos cuidados!", ou então: "acordou cedo!" e ainda: "estava esperando você acordar", você se depara perguntando se essas coisas valem a pena o salário...

2 comentários:

L.U.V.I disse...

Temos fotos desse evento com co cabelo? Cresce amore, cabelo cresce...
Bjs e saudades master

Paulinha disse...

Belo post! Consegui visualizar a situação! Mas, sabe? As mudanças são sempre doloridas e quando tudo parece não vai me se encaixar, é aí é que se encaixa. É preciso ter paciência!