sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O bofe que pagou minha conta

Para comemorar a sexta, minha amiga e eu fomos almoçar num restaurante perto do trabalho. Chegamos lá, ficamos na fila. Restaurante cheio. Nos servimos e procuramos por uma mesa. Numa certa hora, minha amiga disse: "tem uns caras na mesa ao lado que não param de olhar para nós". Eu respondi: "olhar não tira pedaço." Continuamos a conversa, rimos muito das situações de cada uma. E sequer olhei para ver quem era, devido ao medo de acontecer o que aconteceu nas vezes que eu fui ao Salomé e, curiosa, pedi para me mostrarem os sujeitos.
Para dar prosseguimento a esta história, tenho que descrever como somos e como estávamos no restaurante. Eu, como você já sabe, sou mignon, loira, olhos verdes, magra. Estava vestindo uma blusa transparente, jeans e salto alto. Minha amiga: alta, loira, olhos verdes, magra. Estava vestindo camiseta, shorts e sapatilha. Estávamos muito à vontade devido o calor infernal de Sorocaba. Continuando.
Resolvemos pedir a conta. Para nossa surpresa, nossas contas já estavam pagas. "Mas como assim, pagas????", pergunta minha mais nova amiga. "Acho que houve um mal entendido", disse Patríciah, a lady! E nem era 1º de abril!
O garçom, sério e sisudo, respondeu: "não tem erro nenhum. As suas contas já foram pagas pelos rapazes daquela mesa".
"Mesa?? Que mesa??, perguntei. O garçom infeliz apontou para os rapazes que minha amiga tinha mencionado, quando eles já estavam se levantando e vindo em nossa direção. Minha amiga perguntou se eles tinham pago nossas contas. Um deles respondeu que sim e que queriam conversar conosco. Agradecemos a oferta e dissemos que nós mesmas pagaríamos. Eles insistiram que já tinham pago.
O outro disse que queria conversar comigo e foi logo sentando. Respondi que, apesar da gentileza em pagar pelo nosso consumo, não tínhamos o que conversar. Eles insistiram e sentaram à nossa mesa. O moreno me disse que já tinha me visto no restaurante outras vezes e que aquela seria a vez em que ele me conheceria. Disse que já tinha notado que eu ia sempre com minha amiga e que sempre estava muito bonita e bem vestida. Ouvi calada, mas não segurei por muito tempo. Soltei a frase: "mas não percebeu que não estou disponível". Ele retrucou dizendo que eu não tinha nenhuma aliança que indicasse compromisso. Respondi: "eu não preciso disso para indicar que tenho namorado" (naquela hora minha cabeça de um nó, afinal, o cara era lindo e parecia ser inteligente...)
O momento exigia calma. Olhei pro lado e o amigo dele com a minha amiga estavam mudos, aguardando a artilharia. Voltei meus olhos para o rapaz que respondeu: "não ligo se você tem namorado. Ainda assim podemos nos conhecer. No mínimo ser amigos".
A admiração que senti pela coragem do cara vir sentar-se à nossa mesa correndo o risco de levar um toco caiu por terra quando o sujeito me igualou às milhares de piranhas que andam por aí chifrando seus respectivos com a desculpa de não perder a oportunidade.
"Meu amigo", disse, respirando fundo. "Não sou qualquer uma para sair com qualquer um. Se eu disse que tenho compromisso, eu honro por ele. Respeito meu namorado assim como ele me respeita. Ele é homem. Você é um safado que acha que está fazendo um favor para as mulheres ao sair com elas, mesmo tendo namorado. Eu não sou piranha e não quero fazer parte do seu círculo de amizades, que deve ser bem podre. Por favor, retire-se."
Nesse momento, minhas pernas tremiam de ódio por ser comparada a qualquer ralé. Queria enfiar a mão na cara dele. O amigo riu. Minha amiga me segurou pelo braço, não sei se com medo do cara me enfiar a mão na cara ou de ser o contrário. Senti uma tensão no ar.
Após ouvir, ele disse: "mulher adora homem cafageste. Não vou sair até você me dar um beijo."
"Pois não", disse calmamente. "Você espera um pouquinho? Vou ao banheiro."
"Tudo bem", disse ele com um sorriso entre os lábios.
Minha amiga não estava entendendo nada. Levantei-me da mesa, fui até o garçom e disse que estava sendo assediada dentro do restaurante e que o cara ameaçou "passar a mão lá" caso eu não o deixasse sentar-se.
O garçom, aquele mesmo que estava bem sério, estalou os olhos como eu nunca vi na vida. Como um raio ele estava me seguindo de volta à mesa. Pediu gentilmente pro cara sair. Ele recusou. Então, o garçom, segurou no braço do cara, disse alguma coisa no ouvido dele e o fez sair do restaurante. O amigo o seguiu, com a cabeça baixa.
Todo mundo ficou olhando para as duas moçoilas. Minha amiga não sabia onde por a cara de vergonha.
Eu fiquei curiosa. Perguntei pro garçom o que havia dito pro cara. Então, a cara séria se desfez numa risada. "Disse que você era filha do traficante mais perigoso e poderoso da cidade e que eu não era garçom. Se ele quisesse sair vivo do restaurante, que saisse e nunca mais voltasse aqui."
E o cara acreditou!
Eu ria muito. Minha amiga quase fez xixi na calça, ou melhor, no shorts.
Ao analisar o ocorrido, minha amiga disse uma verdade: "você está muito solta. Você não sabe o que tem e o cara que está com você, não sabe a sorte que tem ao te ter. Pior: ele nem imagina como chove na sua horta quando você não está plantando...E que tempestade foi essa, hein amiga!!??", referindo-se à beleza do gajo que eu dispensei com dor no coração...rs.

2 comentários:

juji disse...

ADOREI! Ah, obrigada por honrar as mulheres que ainda são maravilhosas e merecem respeito! beijos, boa semana!

Anônimo disse...

HAHA ADoreiii essa historiaa !!!

vc é demais em Patriciaa..
parabens por ser uma das pouscas mulheres no mundo que dao valor com quem está.
beijos !