quinta-feira, 9 de abril de 2009

Um dia, uma hora, um minuto....

Sabes o que é desilusão?
Eu bem sei. Minha vida não tem sido fácil coincidentemente após a morte de meu pai. Nada tem sido de graça. O pouco que consegui foi na porrada, vivo roxa de tanto cair com a cara no chão.
Me equilibro nesse carrossel de emoções. Não é à toa que me acho bipolar. Não tenho sossego.
Sempre digo que não somos felizes; estamos felizes. A felicidade é momentânea. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Sei bem que existem pessoas com problemas maiores que os meus. E que devo agradecer por estar viva e ter força para recomeçar. Mas o problema é: não quero recomeçar; quero continuar de onde parei porque tive momentos maravilhosos e não quero perdê-los... Recomeçar é deixar para trás tudo o que conquistamos: amizades, sucesso, amores...
Não sei qual desilusão é mais dolorosa. O fim de uma nova amizade? O fim de um trabalho? O fim de um amor?
"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi", disse Sarah Westphal.
Ela disse ainda que "pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu".
Agora me pergunto: será impossível? Será que nunca teremos tempo para nós? Será que foi fútil e nos perdemos no tempo? Na distância? Acredite: nada não inspira, não acalma, apenas amplia o vazio que tenho dentro de mim. Sinto falta....muita falta...mas não sei o que fazer nem o que dizer. Apenas espero...mas até quando?
Quanto a amizade, mesmo que ela seja recente e que as pessoas se afastem por vários motivos, nunca morre. Fica guardada para sempre na memória e no coração. Pessoas especiais nunca são esquecidas.
Já quanto ao trabalho, ah, esse é um problema. Especialmente quando se escolhe a carreira pelo amor à profissão quando se é tão novo. Ingenuamente, acreditamos que ao passar no vestibular, vamos mudar o mundo. O ego de um jornalista é muito inflado, principalmente quando se é mulher. Além de acreditarmos nisso, ainda temos a petulância de acreditar que estamos imunes às quedas do mercado de trabalho e crises econômicas. Não somos mártires, nem santas, nem putas. Apenas mulheres que querem vencer pelo esforço, inteligência e ousadia.
Se tudo isso está acontecendo agora, deve ter um motivo. Espero que seja bom. Caso contrário que sentido faz viver?
Portanto, se a desilusão atingir sua alma como atingiu a minha, devastando seus sonhos e ofuscando novas possibilidades, pense na infinidade de caminhos que podem se abrir para você em apenas um dia, uma hora, um minuto... É nessa linha tênue que estou me agarrando...

Um comentário:

L.U.V.I disse...

Querida, amei seu comentário, como sempre digo, estou ficando mole e chorei ao ler suas palavras.
Se agarre a tudo que te faz bem, o resto deixe pra lá, deixe pra depois. Recomeçar é se reinventar, trocar o que não presta mais pelo que te dá motivos para sorrir, o que é bom permanece, sempre!!!
Zoiudinha estarei sempre ao seu lado, ok?
Bj